31 agosto 2006

"clonagem"

.
Não, não é o que pensam! Não fui um dos “apanhados”. Ainda…
O que queria é deixar descansados os mais preocupados. De um modo geral não haverá lesados. Toda a eficiência do sistema será rapidamente reposta. Disso depende o funcionamento socioeconómico do país.
Sim, é fantástico, terrível e irrevogável.
_______________________

clonagem
substantivo feminino
1.
BIOLOGIA processo de obtenção de indivíduos ou populações por reprodução vegetativa ou assexual de um único indivíduo;
2.
BIOLOGIA introdução de informação genética numa célula de modo a repetir essa informação;
_______________________
Outras possibilidades (combinada c/ fraudulenta...)

cópia falsa;
reprodução;
imitação;
repetição;
duplicação;
replicação;
geminação;
multiplicação;
reedição;
reimpressão;
In Diciopédia 2006 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2005. ISBN: 972-0-65260-8

Nuno G.F.

30 agosto 2006

O Moderno Prometeu

Nesta data, 30 de Agosto, há 209 anos nascia Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851), escritora britânica que se imortalizou com o seu romance de terror “Frankenstein e o moderno Prometeu” conhecido simplesmente por “Frankenstein”.
Já muito se disse e continua a dizer sobre a obra literária, tendo além disso constituído uma fonte de inspiração para imensos textos e objecto de várias versões cinematográficas.
Para lá da enorme proeza que devia ter sido, no século XVIII, uma mulher abalançar-se a tal feito, o raro fascínio do assunto do livro, que poderia hoje ser considerado como ficção científica, reside precisamente no mito de Prometeu – como o título original sugere – o qual teria, entre outras peripécias, roubado a Zeus o fogo com que reanimou a inteligência dos homens que até aí viviam numa espécie de mundo das trevas.
A metáfora da criatura que usurpa o papel de criador surge pois, muito para além da história banal, a colocar interrogações a todos os níveis de inteligência e comportamento humanos, reclamando uma reflexão sobre as consequências de tal ousadia.
É certo que os cenários e os métodos mudaram muito mas Prometeu está cada vez mais dotado e mais vivo entre nós!...

Alice T.

29 agosto 2006

A realidade

Uma abelha pousa numa flor amarela. Ou pelo menos diremos que é amarela... Podemos também pensar que a abelha terá sido atraída pela cor garrida do órgão de reprodução da planta que é o que a flor de facto constitui.
Para nós o amarelo que vemos é a luz cuja frequência que identificamos (através da recepção do nosso aparelho oftalmológico e imediato envio ao cérebro pelo sistema nervoso) corresponde à percepção que temos dessa cor.
No caso da pequena abelha, a impressão da luz que a nós nos parece atractiva para ela, na realidade não é percepcionada (através do seu equipamento oftalmológico e neurológico) como sendo uma cor apelativa, simplesmente porque as abelhas não são capazes de distinguir as cores. Estes são os dados científicos, embora se saiba que os insectos o que distinguem, de forma geral, com grande acuidade, são padrões. Para eles a mensagem chega em forma de linhas e manchas, essas sim são rapidamente descodificadas para servir os seus interesses…

Sim, mas isto é apenas a curiosidade científica. O que é inquietante é pensar que na espécie humana, cada exemplar, cada homem, cada mulher tem os seus aparelhos e equipamentos fisiológicos peculiares não havendo um sistema igual ao outro. Isto quer dizer que muito provavelmente o verde da relva que eu vejo não é necessariamente da mesma intensidade ou brilho que o verde que os leitores observarão.
A partir deste fenómeno simples constatamos que a realidade não existe, sendo a certeza um ponto de vista.
Por outro lado percebemos porque é que há pessoas que vêm tudo sempre tão cinzento e outras pelo contrário vêm “tudo colorido”!
Cátia Farias

27 agosto 2006

Um site por semana

26 agosto 2006

Bem o merecemos!


Não há nada como a hora do jantar para ver televisão. E sobretudo o telejornal da 20:00 (prime time). Assim como assim é o melhor que há a fazer. Não se perde tempo nenhum, fica-se a par das notícias e come-se, duas necessidades fundamentais. Pois. Ah… E para além disso ainda se pode privar a companhia do José Alberto dos Santos ou o Rodrigo Guedes de Carvalho, ou qualquer outra dessas figuras tão assíduas cá de casa…
Conversa, nem por isso: só atrapalha o telejornal. Bem, às vezes a família entra em acesa discussão, por assimetrias de opinião sobre as matérias apresentadas, o que sempre é melhor que nada! Mas muito breves, não se vá perder o fio da meada… Pois… Uma família exemplar, que segue o exemplo de muitas outras, claro.
De maneira que ultimamente têm sido bifes de cebolada à hezzbollah, cozido à moda judaica, arroz de cabidela à libanesa. Enfim, tudo muito bem condimentado para espevitar o apetite…
Mas o melhor foi ontem, sábado ao jantar. Talvez por ser fim-de-semana o José Alberto de Carvalho e a RTP1 (a TV que de facto se preocupa com a coisa pública) brindou-nos com um magazine … ia a dizer desportivo, mas não… futebolístico, assim é que é. Fantástico! Até pude apreciar melhor a galinha (ou foi peixe? Já não me lembro…), isto é, o jantar até soube melhor. Um fartote de futebol. A determinada altura cheguei mesmo a duvidar que era o telejornal e não um programa sobre futebol. Mas não, foi um telejornal como deve ser: que nos agrade a todos nós portugueses. Sim porque nos bem o demonstramos, nós bem o merecemos!
Força RTP!

F. Taveira

Subtileza quântica


Hoje quando acordei, lembrei-me vagamente que não tinha que ir trabalhar. Simplesmente não me ocorreu porquê. Talvez tivesse memorizado ontem quando me deitei que hoje era feriado, não sei... Alcancei o relógio de pulso que também tem data a ver se a minha percepção fazia sentido. Espantosamente o relógio tinha parado às 2:46 do dia 25 de Março de 2007. Uma data impossível. O pequeno mecanismo antes de parar deve ter ficado avariado de todo. Não me incomodei muito pois a casa está pejada de aparelhos com horas e data.

Incompreensível e preocupantemente todos estavam parados por volta das 2:45 a.m. e os que também tinham data tinham paralisado sem excepção em 25 de Março de 2007, o que segundo as minhas contas seria por daqui a cerca de sete meses! Aqui, comecei a ficar inquieto com tamanha estranheza. Pensei em algum fenómeno de simpatia electrónica, alguma subtileza quântica.

Qual não foi o meu espanto ao verificar que os relógios afinal não estavam de maneira nenhuma parados, mas apontavam alguns as 2:47 e outros já as 2:48. Portanto a hora era aquela e tudo levava a crer que a data também estivesse certa!...
O que eu pensei ser uma anomalia exterior a mim passou de repente a ser inequivocamente um fenómeno relativo ao sujeito, que neste caso e desgraçadamente era eu. Havia pois supostamente um lapso de sete meses na minha memória.

Que fazer? Para onde terá ido todo este tempo? Como posso ter acordado a pensar que estava num dia sete meses antes do dia actual?! Mas agora que já estou bem acordado tudo continua na mesma. A ideia de que é feriado persiste. Estou a ficar ansioso e um pouco deprimido temendo pela minha saúde…
Liguei o computador, confirmando de modo incontestável o tempo que a minha consciência apagou e comecei a contar aqui o sucedido, não vá acontecer qualquer outro caso extraordinário. Paro um pouco para ver o correio. Todos os mails se quedam em 26 de Agosto de 2006, não havendo registo de nenhum para além dessa data. Olho lá para fora pela janela à minha direita e a noite banal responde com total indiferença ao esforço da minha memória. Aproximo-me mais ainda da janela e de repente leio o texto que escrevo onde digo que me aproximei mais ainda da janela. Por momentos pensei que me via a mim próprio olhando pensativamente lá para fora. Está um dia esplêndido com o Sol já alto e cismo, não sei porquê, há quanto tempo foi emanada toda aquela luz que o fulgurante astro espalha a rodos. Em que dimensão viverá neste momento o espanto solar?

Nuno G. Ferreira

25 agosto 2006

Pacifista

24 agosto 2006

O cinema e a aculturação


Ainda a questão levantada no post anterior sobre o cinema e a aculturação. É evidente a diferença entre os filmes de origem Norte Americana e os outros, que aqui são mesmo os outros, indiscriminadamente, pois nenhuma produção de país nenhum consegue ter uma penetração significativa no mercado e muito menos é capaz de competir neste momento com a hegemonia avassaladora dos Estados Unidos.

À superfície não existe problema nenhum. O que interessa a proveniência dos filmes se eles nos divertem? E não é um privilégio assistir a um espectáculo cinematográfico que usa os melhores artistas e as mais avançadas tecnologias que o dinheiro pode comprar?... E só pode fazer esse tipo de investimento quem equacionar a sua indústria para funcionar num mercado mundial, praticamente global… De outro modo como poderiam despender as verbas colossais que, de quando em quando, chegam ao nosso conhecimento?!

O cinema americano cada vez mais se foi impondo à escala planetária até ter conseguido dominar a distribuição em inúmeros mercados… Ora, como qualquer produto de distribuição universal, para que se consiga a adesão generalizada é preciso ter na manga os padrões de reacção dos indivíduos aos estímulos causados por esse produto e, claro, encontrar os denominadores comuns no público-alvo, que no caso presente é muitíssimo vasto.

Então, aqui é que a porca torce o rabo! Para abreviar... Vou aqui garantir que existe uma geração que já não consegue ver um filme lento (ritmo tipo europeu), sem uma banda sonora bem presente, que não tenha um forte apelo aos sentimentos humanos mais gerais e primários (violência, comiseração, heroicidade, misticismo, sexo…) e, como já adivinharam, sem efeitos especiais (quantos mais melhor).
Podíamos dizer: «É espectáculo, trata-se de uma diversão, uma indústria veloz, pujante!» Pois, tudo bem, está tudo muito bem. Mas exclamo eu: «E o cinema? Onde está o cinema? Gostava tanto de ir ao cinema, pelo menos aí umas duas vezes por mês…»

F.Taveira

23 agosto 2006

Cinema globalizado

aculturação
Termo que designa o processo de contacto entre culturas diferentes e as suas consequências. Refere-se tanto à interacção directa entre culturas como à exposição de uma cultura a outra através dos mass media ou de outras formas de comunicação. A aculturação supõe a assimilação de um grupo de uma cultura por uma outra cultura, resultando na alteração dessa cultura e em modificações na identidade do grupo. Num processo de aculturação existe a possibilidade de verificação de tensões entre as culturas em presença. É frequente exemplificar o processo de aculturação com a situação que se verificou com a conquista e colonização de várias regiões do globo pelos países da Europa. Mesmo nestes casos de dominação expressa, não só as nações desenvolvidas "impuseram" a sua cultura aos povos menos desenvolvidos como os países colonizadores também acabaram por adoptar traços das culturas das regiões colonizadas.

Como referenciar este artigo:
aculturação. In Diciopédia 2006 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2005. ISBN: 972-0-65260-8
© 2005 Porto Editora, Lda.

(a aculturação através do cinema, um gráfico)


22 agosto 2006

Já vem de longe!...

Em 22 de Agosto de 1422 – faz hoje precisamente 584 anos – D. João I determina que o Calendário se passe a reger em Portugal pela era de Cristo, em substituição da contagem pela era de César até aí em vigor!

21 agosto 2006

Teia


Todos nos ligamos através dos fios invisíveis dessa imensa teia a que chamamos espécie humana. Possivelmente partilhamos os mesmos medos, as mesmas necessidades e até os conhecimentos se difundem rapidamente na seda dessa trama maior do que nós. É seguro que os intrincados jogos para a replicação compulsiva e as regras obscuras do desejo habitam firmemente em todos nós. Permanecer é a maior energia dessa teia e todos os seus filamentos se conjugam para isso com uma tenacidade sublime. Sim permaneceremos… Sempre reproduzindo transformações invisíveis. Romper a teia é depor o prodígio nas mãos de Tânatos, gesto que não deve pertencer aos homens…

Cátia Farias

20 agosto 2006

Para quem os quiser ouvir

As notícias sobre o rompimento da cessação das hostilidades por parte de Israel, mais uma vez são completamente contraditórias. Para Israel o Hezbollah estaria a ser rearmado através das fronteiras o que desde logo rompe com os compromissos do cessar-fogo dando portando lugar a uma legítima acção de retaliação correctiva. Nas notícias a partir do Líbano, nem o Irão nem a Síria confirmaram quaisquer movimentos em termos de entrega de armamento ao Hezbollah…
Este conflito transborda de informações relativas. Tudo depende de que lado é que a informação é emanada. Claro que, como até aqui, depois o acontecimento será terreno fértil para a opinião geral mais ou menos subjectiva de acordo com as crenças de cada um. Os factos, esses ficam sempre embrumados e a verdade permanecerá apenas em poder dos senhores da guerra.

Não sei de que lado está a razão, mas também acredito que enquanto as forças israelitas não liquidarem Hassan Nasrallah, sempre surgirão intervenções aqui e ali. Por outro lado também não estou a ver o projecto do “Partido de Deus” a cair de um dia para o outro...
E o mundo vai-se envolvendo na contenda. O Irão mostra do que é capaz para avisar que não se devem meter muito com os persas. Do pouco que sabemos da Síria adivinhamos facilmente de quem não se agradarão nunca. Todos os árabes, sobretudo islâmicos, apresentam razões, para quem os quiser ouvir, para considerarem Israel o seu maior inimigo. Mesmo os Libaneses olham agora com maior simpatia os Palestinos.
E, já se sabe, o Estado de Israel não está sozinho. Tem os seus incondicionais e outros não tão incondicionais amigos… E tudo se fractura, trazendo ao rubro os velhos e novos confrontos civilizacionais, a impossível compatibilidade de valores, de modos de sentir e de viver.
De facto não se augura nada de bom. E claro ponho-me a cismar, mas consigo ainda um sorriso ao lembrar-me o que dizia um motorista de táxi que conheci no Egipto: «A dissidência entre os Islão e o Ocidente resume-se num simples facto: para os Ocidentais as mulheres muçulmanas trajam com roupa a mais e para os islâmicos as mulheres do Ocidente vestem-se com roupa a menos.» E a partir daí o Muhammad Abdhul, no meio do trânsito compacto do Cairo, conseguia explicar tudo. Até como o Egipto perdera a administração da faixa de Gaza… Era realmente muito imaginativo, como quase todos os árabes!

V. Sousa

19 agosto 2006

Tem que vir de algum lado

Às vezes perguntamo-nos: «Mas como é que há tanto dinheiro para a guerra!?»
Aqui está uma notícia, sobre uma angariação de fundos sob o título de «Operation 'Fundraising'» que pode dar uma pista. O dinheiro, para qualquer das facções, tem realmente que vir de algum lado!
Aliás, a bem da economia mundial, o dinheiro tem que circular…
V. Sousa

18 agosto 2006

É capaz de conseguir


A RTP brindou-nos ontem, pelo centenário do nascimento de Marcello Caetano, com uma entrevista com a sua filha Ana Maria Caetano, conduzida pela imutável senhora comendadora Judite de Sousa.
Não imagino o que se pretendia com a espécie de reconciliação que aparentemente se pretendeu provocar nos espectadores. No estilo telenovelesco de entrar na vida das pessoas ficamos a saber… nada!
Fiquei a pensar onde param os historiadores que podiam completar ou até mesmo substituir aquele modelo de evocação da efeméride, como cabia aliás a uma teledifusão de serviço público.
Continua a televisão a querer fazer de nós provincianos. Acho que com alguma insistência é capaz de conseguir. Talvez a seguir se lance na reconciliação com Oliveira Salazar…
F.Taveira

17 agosto 2006

Exemplo de dignidade


“Quando apontas o dedo para alguém, três dedos apontam para ti próprio”
Anónimo
*
Está previsto que sejam publicadas hoje, 17 de Agosto de 2006, as “listas negras” dos devedores à segurança social.
Se esta moda de apontar o dedo pega mesmo não sei onde vamos parar. Mas sei que não é de certeza lugar que se aponte com dignidade a quem quer que seja…
V. Sousa

Um poder imensurável...

Vivemos rodeados de signos e códigos, de sinais, de convenções. Todos os dias entram através dos nossos sentidos para a nossa “base de dados” sem que tenhamos sequer, num esmagador número de ocorrências, consciência disso. Mas no entanto eles estão lá. Acumulam-se algures na nossa memória de limites desconhecidos e quando necessário, ou nem isso, visitam o consciente, emprestam-lhe matérias para corroborar raciocínios e intuições… No sonho sabemos que participam amplamente.
Os signos, enquanto sinais de uma entidade espaço-temporal e o mesmo se dirá dos códigos que caracterizam e distinguem, são representações sintetizadas de uma época, de uma sociedade, de uma cultura, de uma civilização enfim.
Detectar, observar, interpretar signos é talvez adquirir uma maior probabilidade de vislumbrar algumas assímptotas do nosso ser cósmico. Tentar conhecer os códigos, ainda que inúmeros sejam indecifráveis, é viajarmos também ao encontro das conexões do nosso ser colectivo.
Todos os dias nos relacionamos com signos e códigos. Poucas vezes os relacionamos connosco. E no entanto o poder que eles têm sobre nós é imensurável…
Cátia F.

16 agosto 2006

Signos I

Alexandre Gustave Eiffel (1832-1923).

Manifesto sobre a televisão que temos

Por estes dias em Portugal uns 40 %, grosso modo, da população portuguesa entre os dezasseis e os setenta e quatro anos usa a Internet, sobretudo para sua recreação, o que inclui é claro muitas formas de informação, comunicação e cultura em geral.
A aceleração das formas de sedução para todos os meios possíveis da Rede é estonteante e só os mais assíduos se dão conta da progressão contínua.

Mas o que me espanta é a serena passividade com que a televisão encara o fenómeno parecendo até assumir que nada tem a ver com ele, não se notando portanto qualquer tipo de esforço para contrariar a debandada geral… Assistem-se às mais paupérrimas programações de sempre! Não existem quaisquer apelos de interesse que possam concorrer com a interactividade da Internet. Na televisão pública então é o descalabro total, com a manutenção de canais que pouco mais fazem do que repetir à exaustão os programas já emitidos. Essa é a maior virtude que tem a RTP: é que não ficamos nunca aborrecidos por perder um qualquer programa pois é garantido que será repetido vezes sem conta…

Estou convencido que a translação dos anunciantes acabará por obrigar a que as coisas mudem, o que, mais uma vez, reflecte a falta de previsão e de planeamento, com os prejuízos inerentes que tudo isso acarreta, dentro do tipo de lógica em que isto se passa.
A televisão é um meio poderoso de contribuição para a opinião das massas, de propagação de informações e ideias, de criação de estereótipos. Em Portugal o exercício desse poder está, quer-me parecer, concentrado em interesses muito pontuais e específicos da sociedade. Existe a sensação de uma retracção global, de uma falta de empenho pela expansão da cultura, saber e alegria dos espectadores portugueses… e intrinsecamente por um comportamento económico satisfatório das empresas de teledifusão.

Evidentemente que, em termos de programas, há sempre excepções. Mas se tomarmos a TV como sempre o fizemos, como um espelho do país e uma janela para o mundo, diria que … cada população tem a televisão que merece, e… «o melhor é ir para Internet!...»
F.Taveira

15 agosto 2006

equilíbrio das forças


Esperemos que o cessar-fogo entre o Hezbollah (para uns “Movimento Islâmico de Resistência Libanês”, para outros “os terroristas”) e Israel (para uns “Estado Democrático de Israel”, para outros “os sionistas”) se possa manter por longo tempo, o que cheira a léguas a improbabilidade.
Enquanto ambos clamam vitória, fica-nos a certeza de que o ódio entre etnias recrudesceu, os líderes reforçaram o seu carisma em largos sectores, a sua força mobilizadora aumentou exponencialmente, as populações empobreceram ganhando enorme apetência para serem mobilizadas e ficou um vasto campo de ruínas para outros desafios reconstrutivos.
Os que verdadeiramente ficam a ganhar com tudo isto são imprescindíveis ao equilíbrio das forças materiais do planeta. E é talvez a essa potência que devemos agradecer. Tal é a sua particular dinâmica, que as bolsas já reagem em alta…

VSousa

universo

14 agosto 2006

Ubiquidade I

Ainda há pouco eras um vulto no cais olhando o infinito no âmago da noite. Fosse a ténue luz ainda mais débil e a tua presença não seria real. A minha atenção permaneceu longamente à espera de um gesto que se desprendesse da tua imobilidade e que afirmasse a tua adivinhada natureza. Quando por fim te voltaste, depois de alguns passos vagarosos, vi claramente a tua cabeça de longos cabelos inclinada sobre o lajedo, como se nele fosses decifrar algum mistério. Quando o teu rosto finalmente se voltou ligeiramente já não vi senão todo o pequeno porto deserto. Olhei para trás, para o cais: solitário, nem sequer eu estava lá!

Alice T

12 agosto 2006

Falta de dinheiro...


Pelos vistos para fazer uma intervenção de paz é preciso muito dinheiro. Também aqui se pode estar dependente dos devedores

*
VSousa

Um site por semana.

Sentido de humor...

Não obstante existirem todos os tipos de sentido de humor, não me permito nem um tímido sorriso a propósito de todo este imbróglio em que estamos metidos. Porque estamos. E somos todos. Se não directamente no pesadelo do fogo cruzado, pelo menos no efeito incontrolável dos sistemas que se encarregam de nos manter sintonizados a tempo inteiro com o horror.

Ás vezes penso que seria preferível viver na ignorância, como se isso fosse possível. Como se fosse pensável que tudo se passaria da mesma forma se o ignorássemos. É obrigatório que o mundo saiba. Na acção já se expectou a reacção. E a reacção desenvolverá necessariamente nova acção. E os mercados agitam-se permitindo, de forma incessante, a aquisição, transporte, manipulação e ruína, morte, ruína, ruína…

Não posso acreditar que seja mais do que um imbróglio. Um qualquer imbróglio no meio de muitos outros. Porque os homens, esses passam mal com o ódio, sobretudo esse ódio que mestre algum jamais ensinou.
Talvez seja mesmo o sentido de humor, também aqui, a atitude mais inteligente, mas não sei. Já não sei nada!

Alice T

11 agosto 2006

Não obstante...

10 agosto 2006

Esta história do terrorismo...

Dez de Agosto de 2006. Mais um alarme. Londres, terrorismo, atentados… aviões americanos, percebo. Mal, mas percebo…
Esta história do terrorismo internacional deixa-me sempre mais confusa que indignada, ou seja, é tal a perplexidade que nem chego a indignar-me devidamente, como seria suposto
Ponho-me sempre a pensar que as causas que chegam ao nosso conhecimento são sempre escassas, vagas, nubladas. É sempre o terrorismo contra o Ocidente em sentido lato, o ódio de grupos fundamentalistas em sentido lato, descarregado contra organizações de países inimigos em sentido lato, atingindo mortalmente humanos indiscriminadamente e espalhando o terror sem dó nem piedade.
No meio da incompreensão pela desumanidade de tais acções, sempre me aparece a questão que fica por responder: «Porquê?» Não em sentido lato! A dimensão, a meticulosa e longa preparação, todo a precisão ao serviço de complicadas manobras com o objectivo da destruição rigorosamente calculada, poderia sugerir uma mensagem também ela concisa, uma reivindicação clara, um desígnio à vista, uma contrapartida negociável…
Não. Fica tudo numa espécie de suspensão de crise civilizacional de contornos mal definidos.
Esta história do terrorismo provoca-me uma vertigem paranóica. Fico sempre a pensar que alguns, muito poucos, saberão exactamente porque é que as coisas aconteceram, ou estavam para acontecer, naquele dia, àquela hora, naquele local. Esses mesmos conhecerão também as muito concretas e específicas razões…

Cátia Farias

Desemprego!

Quando nos dizem que a economia tem a ver com o emprego, que uma sociedade com uma economia forte tem baixos índices de desemprego, estão a atirar-nos para um poço de ignorância, tentando explicar o inexplicável, serenar os espíritos mais inquietos, fazendo crer que, ao pedirem esforços aos cidadãos para um melhor desempenho da economia, este se traduzirá directamente na redução do número de desempregados.

Isto seria comparável a dizer que para voarmos bastaria termos uns bons assentos de avião…
Ninguém é obrigado a ser um especialista de economia. Os dados estão disponíveis. Os valores acessíveis. Quando os analisamos vemos que esta nossa sociedade já não está embrenhada na era industrial dos tempos idos.
Poderá existir uma sociedade próxima do pleno emprego com graves problemas económicos…
Existem sociedades contemporâneas que preferem pagar aos cidadãos para nada fazerem, através de uma segurança social bem encorpada, com o simples fito do controlo económico. Ou seja, o índice do desemprego necessita de subir para que também os coeficientes de produtividade se agitem e a economia se revigore.
As análises sectoriais mostram que, num dado momento, a eficiência máxima de um dado sistema está intimamente relacionada com o número de elementos que é necessário expurgar desse sistema.

É claro que podíamos ir por aí fora, quiçá entrar em raciocínios um pouco mais complexos… Mas o tempo urge e a dúvida está lançada. É claro que as opções estratégicas continuam a ser políticas. Voltaremos com certeza ao tema.
Entretanto… Porque nos mentem?
Porque o povo é sereno e … não gosta de matemática e sem matemática é impossível entender a economia!

VSousa

de 1998 a 2006 aumentou 70 %

VSousa

09 agosto 2006

arte da guerra

As paixões que nos acordam, arrebatam e acabam sempre por nos gastar, são bem a medida da nossa dimensão, os sinais da nossa grandeza ou falta dela…

A arte da guerra, que todos pensam compreender, faz-me sempre pensar na arte rupestre, também ela datando uma época, também ela deixando marcas indeléveis nas grutas…

NunoG

Ao menos por uma vez

Quando o posto de observação muda, a paisagem parece ser outra. O que aconteceria se pudessemos, ao menos por uma vez, ver com os olhos dos outros!?
É sempre fascinante saber o que pensam os «nossos semelhantes»...

08 agosto 2006

Estado de dúvida


"Em estado de dúvida,
suspende o juízo."
*
Pitágoras

Eu não alinho

07 agosto 2006

Televisão pública!

Sobre a polémica do anúncio do avião e as crianças vítimas da sinistralidade nas estradas já muito se disse e pelos vistos continua a dizer.
O que acho muito estranho é que a RTP noticie a polémica e as posições das críticas do anúncio, sem uma palavra sequer sobre a forma como digere a matéria…
Sendo um dos principais difusores da publicidade que está a causar a celeuma, é curioso assistir à sua postura impávida e serena como se nada tivesse a ver com o caso.
Ou estará a aguardar ordens superiores!?...