Manifesto sobre a televisão que temos
Por estes dias em Portugal uns 40 %, grosso modo, da população portuguesa entre os dezasseis e os setenta e quatro anos usa a Internet, sobretudo para sua recreação, o que inclui é claro muitas formas de informação, comunicação e cultura em geral.
A aceleração das formas de sedução para todos os meios possíveis da Rede é estonteante e só os mais assíduos se dão conta da progressão contínua.
A aceleração das formas de sedução para todos os meios possíveis da Rede é estonteante e só os mais assíduos se dão conta da progressão contínua.
Mas o que me espanta é a serena passividade com que a televisão encara o fenómeno parecendo até assumir que nada tem a ver com ele, não se notando portanto qualquer tipo de esforço para contrariar a debandada geral… Assistem-se às mais paupérrimas programações de sempre! Não existem quaisquer apelos de interesse que possam concorrer com a interactividade da Internet. Na televisão pública então é o descalabro total, com a manutenção de canais que pouco mais fazem do que repetir à exaustão os programas já emitidos. Essa é a maior virtude que tem a RTP: é que não ficamos nunca aborrecidos por perder um qualquer programa pois é garantido que será repetido vezes sem conta…
Estou convencido que a translação dos anunciantes acabará por obrigar a que as coisas mudem, o que, mais uma vez, reflecte a falta de previsão e de planeamento, com os prejuízos inerentes que tudo isso acarreta, dentro do tipo de lógica em que isto se passa.
A televisão é um meio poderoso de contribuição para a opinião das massas, de propagação de informações e ideias, de criação de estereótipos. Em Portugal o exercício desse poder está, quer-me parecer, concentrado em interesses muito pontuais e específicos da sociedade. Existe a sensação de uma retracção global, de uma falta de empenho pela expansão da cultura, saber e alegria dos espectadores portugueses… e intrinsecamente por um comportamento económico satisfatório das empresas de teledifusão.
Evidentemente que, em termos de programas, há sempre excepções. Mas se tomarmos a TV como sempre o fizemos, como um espelho do país e uma janela para o mundo, diria que … cada população tem a televisão que merece, e… «o melhor é ir para Internet!...»
F.Taveira
2 comments:
...Acho que estamos a tranformar-nos numa "little Italy"! Talvez a televisao responda apenas as exigencias das maiorias. Ou talvez seja apenas o eterno problema do reino luso... desbaratar mas nunca reclamar oficialmente.
bjico
Se não fosse a 2 e a Cabo, acho que deixava de ver TV... Não gosto que me imponham aquilo que tenho de gostar de ver e preferia desligar a televisão. Enfim, dá-se aquilo que o Povo gosta, mas terá o Povo escolha, depois de lavagens cerebrais de telelixo?
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