Já não interessa se é verdade ou não. O que todos já viram, claramente visto, é que
o curriculum de José Sócrates não resiste à lupa do jornalismo de investigação. A ser verdadeiramente sólida, uma argumentação eficaz, contrariando as alegadas inexactidões vindas a lume, poria termo, em pouco tempo, à suspeição e instalaria a verdade na mente
dos portugueses que, está bom de ver, por isso tanto ansiaram. Agora é tarde! Os dias foram-se passando e, neste momento, já pouco interessam os factos.
O percurso académico oficial do cargo que ocupa – primeiro-ministro, em exercício, de Portugal – não admite qualquer vulnerabilidade deste tipo.
A descrença e desconfiança estão decretadas irremediavelmente.
À boca fechada
o português lamenta a sua sorte: «Que ainda há quem se admire que ande deprimido; que continua sem sorte nenhuma, ou há-de ser a mesquinhez saloia do presidente ou a pertinácia finória do primeiro-ministro; que não aparecem chefes extraordinários e genuínos com uma ideia mobilizadora para Portugal!»
O titubear de José Sócrates (e dos seus correlegionários) pôs todo o país a murmurar. Seja como for, a sua imagem está para sempre manchada. A autoridade do governo está ferida de morte, de tal modo comprometida que daqui para a frente
não estará mais à vontade em certas matérias… Por menos que isto muitos governantes já teriam "batido com a porta".
E se estamos perante uma cabala usando a “inatacável biografia de Sócrates”? Se assim for, azar o dele: “não basta sê-lo é preciso parecê-lo”! E depois, seja da responsabilidade de quem for e da feição que isto está, os danos são já irreparáveis. “Inês é morta”. Teimar em manter as coisas como estão é
uma maldade imperdoável para o futuro da ideia de Portugal e dos valores de milhões de pessoas.
Eng.º Sócrates, já todos percebemos o que era o “choque tecnológico”.
Eng.º Sócrates é tempo de dar o lugar a outro.
Candidatos não faltarão.
E que a sorte nos sorria!
Filipe Taveira