O plebiscito
Para vos dar: apenas dúvidas.
Tenho medo dos que gritam certezas aos sete ventos que nem timidamente sussurradas a serenidade suportaria! Confundem-me convicções graníticas na volatilidade dos dias, na impossibilidade de saber que essência, que devir.
Poderia talvez mimeticamente acreditar, deixar de ser só, agrupar numa qualquer ideia razoável, num compartimento social. Aflige-me a turba acéfala, com retóricas de campeonato, em desacordos garridamente pueris.
Sei que é a caverna que habito que me encerra neste enredo mas garante-me o passado que, entre todas as coisas, a coisa humana que sou está certamente muito distante da sua última morada e muitas mutações se sucederão. Quem me dirá o tempo, quem me dirá o princípio e o fim? Cada tempo, cada deus. Cada deus, cada crença. Se nem ainda provamos existir!… Cada instante é sem dimensão, cada memória uma incerteza.
Não, não serei eu a atirar a pedra!...
Para vos garantir: não serei eu a condenar.
Neste particular, contai comigo para perdoar ou seja para concordar e para o resto…
Alice T.
2 comments:
Concordo com o teu texto. Não podemos ser juízes de ninguém. Somos apenas humanos, tal como todos os que - connosco - compartilham este mundo.
Discordo de conviccções graníticas, mas tenho de que admitir que no hoje cada se perde na relatividade o que permite banalizar o acto de pensar e desacredita-lo do seu poder melhorador do meio.
Agora, também eu garanto que não condenarei.
<< Home