18 janeiro 2007

À descoberta das Índias


De repente, de um dia para o outro, a Índia acordou um país desenvolvido, tecnologicamente avançadíssimo, uma lição de progresso para todos. A China também…Qualquer dos colossos asiáticos, com mais do dobro do número de habitantes do que a União Europeia no seu todo, para além de possuírem ambos a bomba, e de possuírem toda a tecnologia necessária para isso e para muito mais, continuam a aguentar a fome e a miséria extremas em vastas áreas dos seus territórios. O saneamento básico, a electricidade e o abastecimento de água não estão ainda assegurados em toda a sua imensa geografia.
Ao enaltecerem os índices de desenvolvimento económico as nossas “inteligências” esquecem-se de explicar que quando os níveis são muito baixos um enorme crescimento em termos numéricos está longe de estabelecer de imediato situações de vida sequer aceitáveis aos cidadãos em causa, uma vez que o multiplicando é demasiado baixo.
É claro que não estavam à espera de, em vez de se assistir ao Sr. Presidente deslumbrado nos jardins das melhores universidades do mundo, ter que assistir ao espectáculo pouco mediático da pobreza andrajosa a rodeá-lo no meio das ruas impraticáveis de algumas cidades da Índia.
Como bons provincianos que somos tomamos o todo pela parte e deixamo-nos encantar por historinhas da carochinha como se fossemos agora descobrir de onde trazer a pimenta e levar a pólvora enriquecendo de repente.
Bem, cá por mim, se estivesse à espera de ser Presidente da República para visitar a Índia bem tinha que esperar sentado!

Filipe Taveira

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