23 dezembro 2006

A crença num Absoluto


Se de facto a História tem um propósito como pretendia Hegel (1770-1831), o que não é mais difícil de aceitar do que qualquer outro tipo de concepção do percurso humano, então na verdade há que encontrar esse fio condutor que nos remirá deste enorme labirinto onde estamos encerrados. Essa excelente Ariadne seria então a História.
Mesmo que o trabalho se apresente imenso, a perspectiva é sedutora! A questão é que não existe História de todo. O que temos, quando nos debruçamos sobre os acontecimentos passados, são representações e interpretações de autores, a maior parte dos quais nada sabemos sobre a sua honestidade como relatores históricos. Claro que temos documentos e património físicos objectivos, mas ainda aí a sua decifração não pode ser senão subjectiva e analisada à luz dos estereótipos da nossa época. Não, não se trata aqui de preciosismo, mas o pormenor faria toda a diferença já que partimos do propósito que a História contem, ou não…
Se a humanidade a determinada altura pudesse, de certa forma, desvendar essa unidade, esse “continuum” lógico e viesse portanto a ter consciência do seu papel de forma científica, através da História, se isso fosse realmente possível, com certeza que a maior parte dos mitos desapareceriam… Entretanto, e como esse ideal não passa disso mesmo, da crença num Absoluto que tudo explica e tudo abrange, vamos comemorando, sorridentes, os nossos arquétipos, uns com mais benevolência que outros… mas todos, todos, neles mergulhados.

Sendo assim e assim sendo: Umas boas festas “pela memória dos nossos arquétipos”…


Cátia Farias

5 comments:

Anonymous Anónimo said...

Não percebi nada!
Então ainda acredita no pai natal? E na mãe natoa?
Será possivel inventar arquétipos indefeniadamente?
De que história está a falar ? Da história enquanto ciência? Ou da história dos poderes? Enfim preciso de chegar ao natal sem dúvidas!

23/12/06 9:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Perante esta reflexão, está implícita a crítica ao mundo religioso, onde se alicerça a fé recorrendo ao conteúdo de relatos milenares, que se enquadram no cenário descrito neste texto.

Votos de um bom ano!

26/12/06 6:24 da tarde  
Blogger Caiê said...

"A História tem sempre a perspectiva do vencedor." Logo, não sabemos nada! :)

27/12/06 1:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Na realidade, de acordo com o célebre historiador francês Pierre Chaunu, em Comment on écrit l'Histoire, aquilo a que chamamos "História" não passa de uma narrativa feita pelo próprio historiador. Científica? Pelo menos, Digna.
Feliz ano de 2007!

1/1/07 5:28 da manhã  
Blogger Anabela said...

Pode-se sempre começar essa análise histórica pelao "dei verbum"... escrito por inspiração divina...

7/1/07 10:57 da tarde  

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