Atitude científica
O que interessa é experimentar uma atitude em que o “eu” desapareça perante o esforço e a curiosidade por aquilo que se nos oferece conhecer...
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Quando observamos a natureza com desprendimento e alguma acuidade científica é difícil não nos deixarmos deslumbrar com as inúmeras manifestações de precisão que de uma penada nos devolvem à nossa minúscula estatura como criadores.
A flexibilidade de um caule de planta da maior fragilidade aparente deformando-se ao sabor do mais violento vento de forma a preservar praticamente incólumes todas as características que lhe permitirão subsistir sem problemas, servindo-se das suas intrincadas estruturas helicoidais, ensina-nos sobre um mundo de resistências inauditas que só as mais avançadas engenharias poderão dar uma pálida explicação.
O rigor quase metafísico das volumetrias e desenhos das conchas do mar obrigam-nos forçosamente à meditação e à constatação das nossas limitações para entender as geometrias e os segredos da biologia.
Poder-se-ia enumerar um sem número de maravilhas, passando pela incomparável visão dos pássaros e a super-organização dos insectos sociais. Porém não faltam livros e outros meios de divulgação das curiosidades da natureza que se debrucem com maior delonga e especialização do que seria possível alguma vez aqui ensaiar!
Neste hiato o ponto tem mais a ver com a observação, com a forma como olhamos para o mundo. Que vale a pena que o façamos de uma forma científica. Não, não é preciso ser cientista ou especialista do que quer que seja para ter uma atitude científica. O que interessa é experimentar uma atitude em que o “eu” desapareça perante o esforço e a curiosidade por aquilo que se nos oferece conhecer e apareça depois com a calma, o regozijo e a humildade resultantes de nos sabermos por momentos um infinitésimo desprezável da natureza e ainda, ao mesmo tempo, saber que deixamos imprescindivelmente de caminhar sós…
Nuno G. Ferreira
A flexibilidade de um caule de planta da maior fragilidade aparente deformando-se ao sabor do mais violento vento de forma a preservar praticamente incólumes todas as características que lhe permitirão subsistir sem problemas, servindo-se das suas intrincadas estruturas helicoidais, ensina-nos sobre um mundo de resistências inauditas que só as mais avançadas engenharias poderão dar uma pálida explicação.
O rigor quase metafísico das volumetrias e desenhos das conchas do mar obrigam-nos forçosamente à meditação e à constatação das nossas limitações para entender as geometrias e os segredos da biologia.
Poder-se-ia enumerar um sem número de maravilhas, passando pela incomparável visão dos pássaros e a super-organização dos insectos sociais. Porém não faltam livros e outros meios de divulgação das curiosidades da natureza que se debrucem com maior delonga e especialização do que seria possível alguma vez aqui ensaiar!
Neste hiato o ponto tem mais a ver com a observação, com a forma como olhamos para o mundo. Que vale a pena que o façamos de uma forma científica. Não, não é preciso ser cientista ou especialista do que quer que seja para ter uma atitude científica. O que interessa é experimentar uma atitude em que o “eu” desapareça perante o esforço e a curiosidade por aquilo que se nos oferece conhecer e apareça depois com a calma, o regozijo e a humildade resultantes de nos sabermos por momentos um infinitésimo desprezável da natureza e ainda, ao mesmo tempo, saber que deixamos imprescindivelmente de caminhar sós…
Nuno G. Ferreira
1 comments:
Atitude científica é sinónimo de receptividade aos meandros do mundo e da vida.
A questão do desaparecimento do "eu", pode parecer difícil de atingir, mas é aquilo que sucede sempre que usamos a concentração e nos esquecemos do "eu" por momentos.
Saudações
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