Interacção
"Never let your sense of morals
get in the way of doing
what's right."
Isaac Asimov
Isaac Asimov, o famoso escritor de ficção científica, no meio das suas centenas de contos supostamente sobre o futuro mais ou menos longínquo, escreveu uma história em que colocava os humanos num cenário em que eles comunicavam entre si apenas através de “máquinas de interacção” que permitiam a comunicação oral e mesmo visual do tipo holográgico, ou seja, tridimensional. Conversavam, realizavam reuniões ou conferências, confraternizavam, sempre à distância sem nunca se juntarem realmente, fisicamente. É claro que a história tem a suas peripécias, com o sabor ficcional da superior inteligência de Asimov, mas um drama sobressai:
- Os protagonistas, ao fim de anos de convívio remoto, uma vez que as relações humanas dispensavam a presença real, já não conseguem aproximar-se uns dos outros. O que virtualmente é afectividade e interesse transforma-se numa extrema angústia, até pânico em alguns casos, pela sensação insuportável da presença corporal dos outros. Admitir a possibilidade de se tocarem ainda que de raspão, depois de todo aquele tempo sem contacto próximo, tornou-se uma ideia repugnante.
É evidente que existem “outros pormenores técnicos”, mas Asimov enquadra tudo perfeitamente…
Interessante é o facto dessa novela ter mais de quatro décadas!
Alice T.
- Os protagonistas, ao fim de anos de convívio remoto, uma vez que as relações humanas dispensavam a presença real, já não conseguem aproximar-se uns dos outros. O que virtualmente é afectividade e interesse transforma-se numa extrema angústia, até pânico em alguns casos, pela sensação insuportável da presença corporal dos outros. Admitir a possibilidade de se tocarem ainda que de raspão, depois de todo aquele tempo sem contacto próximo, tornou-se uma ideia repugnante.
É evidente que existem “outros pormenores técnicos”, mas Asimov enquadra tudo perfeitamente…
Interessante é o facto dessa novela ter mais de quatro décadas!
Alice T.
N.I.: a capa de livro em cima não corresponde ao romance referido.
4 comments:
E será que andamos assim tão longe dessa realidade ficcionada? Os corpos quase têm vergonha um dos outros, hoje em dia, e coisas tão simples como um beijo ou um abraço passam quase por sinais de demasiado intimismo. Esperemos que não seja esse o nosso futuro, por muito que goste do dr. Asimov.
E será que andamos assim tão longe dessa realidade ficcionada? Os corpos quase têm vergonha um dos outros, hoje em dia, e coisas tão simples como um beijo ou um abraço passam quase por sinais de demasiado intimismo. Esperemos que não seja esse o nosso futuro, por muito que goste do dr. Asimov.
Miguel Ângelo e Júlio Verne foram exemplos de "visionários" com centenas de anos de avanço ;)
Ou até Espinosa - noutro sentido claro.
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